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Prolongamento de entrega das candidaturas até 27 Outubro
Muito tempo antes de saber o que Ermo significava, já lá brincava com amigos meus. Na verdade achei que o Ermo só existia ali: naquelas duas ou três ruas cercadas por árvores. Ermo era o nome de um lugar nos arredores do Porto muito próximo de onde vivi a minha infância e adolescência. Chegou a ser uma floresta extensa e densa até ao início dos anos 70. Altura em que o urbanismo transformou essa floresta extensa em dezenas de pequenos bosques. Foi nessa espécie de arquipélago de bosques que passei grande parte da minha infância. De dia, a luz: a aventura e a descoberta. De noite, a escuridão, o medo: o som dos animais, o cheiro a fumo das queimadas e a certeza dos fantasmas. Num desses bosques havia uma casa onde vivia uma mulher que tinha um problema de visão - os olhos dela eram brancos mas não era cega. Ela vivia sozinha e quando lhe perguntavam como conseguia fazer a sua rotina sem qualquer ajuda, ela sorria e respondia que havia uma mão no ombro que a guiava através das árvores. Mas isso não a assustava - o que a assustava eram as árvores. Entre o documento e a representação, Ermo pretende ser um mapeamento sensorial de um território distante na memória. Abordando e rodeando questões entre o lar e a casa, o subúrbio e a infância, a forma e o símbolo, tentando criar um universo onírico, ambíguo e acima de tudo interpretativo, tornando este “Ermo”, que me é tão particular, no mais universal possível.
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Embalo para uma determinada situação, Guilherme Oliveira.
Bruno Silva, Portugal, 1983.
Utiliza a fotografia como veículo narrativo em projectos na área da fotografia documental tendo especial interesse pelo território e a memória. Apenas em 2017 começou a apresentar trabalhos publicamente. Nesse mesmo ano recebeu a Bolsa Emergente Fotografia Documental I.P.C.I que lhe permitiu frequentar o Master em Fotografia Artística no I.P.C.I. Em 2018 fez parte da programação do Festival Encontros da Imagem Braga 2018 e no mesmo ano venceu a bolsa Estação Imagem Coimbra. Em 2020 fez parte da programação do Photo Alicante e foi selecionado para o Festival Circulations, Paris. Em 2021 foi um dos vencedores do Urbanautica Institute Awards. Em 2022 integrou o ciclo de exposições da Bienal de Arte Contemporânea de Cerveira. Actualmente é representado pela Galeria Adorna, Porto e é Formador no Instituto Produção Cultural e Imagem, Porto.
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