O Ciclo expositivo de 2022 abre com as propostas de dois artistas estrangeiros, ambos sediados em Portugal, relembrando que esta iniciativa do CEFT diz respeito à fotografia feita em, ou sobre, Portugal, independentemente da nacionalidade do artista. Ambos os autores trazem junto do público questões que aprofundam e intersectam questões da paisagem e do território nas suas desmultiplicações e implicações, económicas, sociais, artísticas, culturais e políticas. Projectos que burilam em zonas contíguas, territoriais e conceptuais, ainda que em modos e formatos algo distintos: Stefano Martini, apresenta um trabalho, premiado na recente edição da Bienal de Vila Franca, Riviera, onde aborda a Margem Sul, na periferia de Lisboa. O italiano Sebastiano Raimondo estabelece um trajecto de transição e ligação através do título que escolhe para a sua exposição: Uma ponte - Lisboa 2009/2012. Ambos parecem apontar para uma cartografia instável do território urbano, a cidade enquanto expressão social e territorial do espaço público, que no entanto se desterritorializa, se instabiliza, se liquidifica, uma palavra profícua também pelo Tejo em fundo, que comparece nalgumas destas imagens.
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Fotos que expressam bem o cotidiano em suas relações humanas com o ambiente,atemporal e instigante.
Humberto Martini