“A Travessia” é um trabalho fotográfico, um longo périplo pelas margens do Minho, do Douro, do Tejo e do Guadiana, iniciado em 2010 e que reúne as fotografias notáveis de um vasto corpo de trabalho constituído ao longo de 10 anos. Neste período percorri os quatro grandes rios da Península ibérica desde a nascente até à foz para dar corpo a várias perguntas sobre este território e a relação entre Portugal e Espanha (países e línguas essenciais para mim). Estes rios que em determinados momentos do seu percurso desenham os dois países, são ao mesmo tempo a fronteira visível (na Raia) e o elemento de partilha entre ambos. São elementos de separação e de comunhão, entre dois países e entre territórios capitais e territórios marginais, que os caprichos da História assim forjaram. “A Travessia” indaga sobre como ocupamos e atravessamos determinadas geografias; o que é que elas nos imprimem; como expressamos o nosso sentimento de pertença e as questões que esta ou a ausência desta levanta. Trata-se de uma leitura topográfica e espiritual do lugar que ocupam estes rios.
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A travessia de Maria do Mar Rêgo (texto), Jean-Christophe Bailly.
Onde el Tajo se torna Tejo (texto), Daniel Lesmes.
Conversa vídeo sobre este projecto.
Maria do Mar Rêgo (Toulouse, 1983). Cresceu em Montemor-o-Novo. Em 2001 vai estudar para a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona, cidade que deixaria em 2007, por Arles onde estuda na École Nationale Supérieur de Photographie. Atualmente, vive e trabalha em Portugal. Começou a expor em 2005 em galerias e fazendo intervenções no espaço público. Expôs em Portugal, Espanha, França, Bélgica e Alemanha. Nomeadamente no Museu Atlântico de Artes Moderna, Las Palmas de Gran Canaria (2007); Igreja de São Vicente, Évora (2009); Rencontres Internationales de la Photograhie,Arles (2010); Festival Les Boutographies, Montpelier (2014); Nîmes (2015); PhotoEspaña (2016); PhotoBeijing, Pequim, (2016); Alvito (2017); Santiago de Compostela (2020); 2B Galéria, Budapeste (2020); Galeria Imago Lisboa (2021); Galerie Marie-Claude Duchosal, Paris (2022); Encontros da Imagem, Braga (2022). Foi residente na Casa de Velazquez (2015-2016), na Budapest Galéria (2018) e em Cuarto Pexigo, Santiago de Compostela (2019 e 2020). Cria e produz conferências e oficinas com “Atelier Mina”, desde 2020.
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