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Prolongamento de entrega das candidaturas até 27 Outubro
A instalação “O meu país é o que o mar não quer” reúne aproximadamente 2000 postais ilustrados da costa portuguesa editados ao longo do século XX. Pretende criar um panorama de imagens, afim de construir um dispositivo óptico que revela uma certa totalidade espácio-temporal, um discurso visual construído para despertar múltiplas leituras. Organizada em 3 secções distintas a instalação desconstrói a linearidade geográfica e propõe novas aproximações tipológicas e afectivas ao litoral.
Embora os postais ilustrados sejam o retrato de um determinado lugar e o reflexo de uma dada circunstância, o seu conjunto permite-nos captar o processo de transformação da paisagem pelos agentes naturais, os efeitos da erosão costeira e os crimes ambientais e urbanísticos perpetrados sobre o litoral português, especialmente intensos nos anos setenta e oitenta. E também captar a permanência intrínseca da paisagem litoral, quer do ponto de vista temporal, quer de semelhanças entre diferentes geografias
Numa perspectiva menos comprometida, as imagens em bilhete-postal, também invocam a mudança dos costumes e das práticas de relacionamento com o litoral, que depressa evoluíram de uma perspectiva higienista para o turismo de massas.
A proposta pretende usar o bilhete-postal como discurso da memória e a memória como mote para um debate identitário sobre a relação que construímos com o nosso mar.
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Quarta Parede (texto), Pedro Prista.
Paulo Palma, Serpa, 1977. Arquitecto Paisagista pelo Instituto Superior de Agronomia e Universidade de Évora. Desenvolve projectos nas diversas escalas de aproximação ao território e paralelamente produz estudos de investigação relacionados com a leitura e transformação da Paisagem.
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