Um Ponto Exacto para Ver (2008)
O ponto de partida é Lisboa e o Tejo. Olha-se este Rio de frente e descobre-se o que existe entre ele e a câmara. As fronteiras foram o rio Trancão e a ribeira do Jamor, os afluentes entre os quais se encaixa Lisboa, uma cidade à procura do seu rio. Cada fotografia tem associado um pequeno recorte do GoogleEarth mostrando o sítio exato onde foi feita a imagem.
O rio é um elemento que se apresenta em constante mudança, não só pela natureza fluida da água, mas também nas mudanças impostas pelo Homem no seu leito e margens. O trabalho apresentado gira em torno de dois conceitos: o estático e a mudança - o estático da fotografia e as mudanças do rio. Ao examinarem-se as duas imagens de cada impressão pode-se verificar um barco que está e não está, um parque de estacionamento cheio e vazio, um leito do rio que muda continuamente pela intervenção do Homem. Às constantes mudanças naturais que ocorrem num rio (como as correntes ou as marés) acrescentam-se as mudanças provocadas pela atividade humana gravadas na Fotografia.
Hugo Rodrigues Cunha (Lisboa, 1974). É Professor e Fotógrafo. Licenciado em Ensino de Física e Química, concluiu o Curso Avançado de Fotografia no Ar.Co em 2012 sob a orientação de Sérgio Mah e Pedro Tropa. Em 2008 venceu o Prémio Novos Talentos FNAC- Fotografia com Um Ponto Exacto Para Ver. Das últimas exposições em que participou destacam-se “Jardim Atlântico” (Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, 2017; Paço Imperial do Rio de Janeiro, 2018) – um projeto com artistas Portugueses e Brasileiros tendo por base os Jardins Botânicos de Coimbra e do Rio de Janeiro, e “O Tempo sem Tempo” (Caves do Liceu de Camões, 2019) a qual também comissariou. No âmbito do Doutoramento em Arte Contemporânea (Colégio das Artes - Universidade Coimbra) tem trabalhado a Questão do Lugar nas obras de Fernanda Fragateiro e Roni Horn.
Deixe o seu comentário